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Grupos armados tentam expulsar moradores de comunidades do litoral piauiense

São inúmeros os relatos de violência na região

07/05/2024 às 06h36 Atualizada em 08/05/2024 às 16h49
Por: Redação
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Foto: Divulgação
Foto: Divulgação

Comunidades tradicionais que moram em Barra Grande, litoral de Cajueiro da Praia (PI), relatam ameaças e ataques de milícias que atuam para expulsar moradores. O caso foi denunciado pela DPU (Defensoria Pública da União).

Nos últimos anos, a praia de Barra Grande viveu um boom no turismo, com a abertura de pousadas. O destaque é a prática do kitesurf — a região apresenta condições ideiais para o esporte e atrai pessoas do Brasil e do mundo, inclusive para competições.

"As terras passaram a ter um valor econômico grande, e isso trouxe a cobiça de gananciosos grileiros que tentam se apropriar dessas terras e explorá-las economicamente com empreendimentos, em detrimento das comunidades tradicionais que lá residem há décadas", disse José Rômulo Sales, defensor público da União.

Sales conta que esteve no local em janeiro e colheu relatos de casos de violência. Para tentar resolver o problema, ele diz que prepara duas ações civis públicas para que a União regularize e dê posse das áreas devidas aos moradores tradicionais.

Um dos casos denunciados aconteceu em 01 de junho de 2023, quando seis homens que se diziam policiais civis invadiram roças na Comunidade Nova Barra Grande. Com um trator, tentaram destruir casas e expulsar moradores.

A ação, dizem os moradores, ocorreu por eles não terem conseguido apoio das autoridades policiais. Os agricultores relatam que, diante da ameaça, se mobilizaram e desarmaram o líder e os supostos milicianos que davam suporte à ação.

Com esses milicianos foi apreendida pela comunidade uma pistola cromada, sendo que a arma terminou por ser posteriormente devolvida pela comunidade por medo de represálias dos bandidos.

Os moradores ainda citam invasões de espaços das roças dos agricultores.

"A gente vive ameaçado. Eu mesmo há três anos que tento levantar uma casa, não posso. A gente faz uma roça, eles vêm e derrubam. Muitas vezes a gente chega às 5h da manhã, e está tudo no chão. E isso acontece em um terreno que sempre foi da gente ", disse a agricultora Maria Esmeraldina Alves.

Com informações da Uol

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