Equipes da Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semarh) percorreram mais de quatro mil quilômetros no Piauí e constataram que 127 municípios enfrentam uma grave seca, enquanto outros sofrem os efeitos da chamada seca verde. O fenômeno impacta diretamente as safras de milho, mandioca e feijão, prejudicando pequenos agricultores, pecuaristas e apicultores no estado.
A climatologista e coordenadora da Sala de Monitoramento e Previsão de Eventos Climáticos Extremos, Sara Cardoso, explica que a seca verde resulta da irregularidade das chuvas, afetando as plantações e os recursos hídricos superficiais.
“As visitas técnicas abrangeram as quatro mesorregiões do Piauí. Nas regiões Sudeste e Sudoeste, a equipe encontrou seca grave, caracterizada pela irregularidade das chuvas e o colapso de rios e riachos, secos total ou parcialmente”, afirma a climatologista.
Sara Cardoso esclarece que muitos podem pensar que os municípios enfrentam uma estiagem, no entanto o fenômeno é a seca. É importante destacar que, apesar do Piauí estar em sua estação chuvosa, a seca afeta muitos municípios.
“A estiagem é um período de redução ou ausência de chuvas, com perda de umidade do solo superior à reposição, enquanto a seca é uma estiagem prolongada que causa desequilíbrio hidrológico”, comenta a climatologista.
Para o trimestre março-maio de 2025, a previsão é de chuvas abaixo da média, irregulares e concentradas no Norte e Centro-Norte, com temperaturas acima da média. Diante disso, a Semarh enviou uma nota técnica ao Governo Estadual, recomendando medidas administrativas para combater os efeitos da seca verde. Outras secretarias também foram alertadas para a necessidade de ações de assistência à população afetada.
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